quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM LIVRO

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS DE MARKUS SUSAK por Benedita Ricarda da Silva Soares

Este romance do escritor australiano Markus Susak foi publicado em 2006.

Na Alemanha nazista, entre 1939 e 1943, a Morte executava um árduo trabalho ceifando milhares de almas e ficou impressionada com uma menina com a qual encontrou em três ocasiões sendo que a menina saiu viva em todas, fazendo com que decidisse contar sua história.

A Morte narra, a gente lê.

Logo no início, a menina Liesel Meminger, 10 anos, é abandonada pela mãe comunista, e o irmão morre nos braços dela. Triste história. Longa história, 382 páginas.

A leitura não é cansativa, ajuda muito a fluidez da escrita, frases, parágrafos que nos dão o ritmo nos permitindo ler e compreender o que está sendo dito.

A morte escolhe o que relatar e como, de seu ponto de vista tocar os seres humanos, quando ela os toca, já não são mais seres humanos.

O primeiro livro de Liesel chamava-se O Manual do Coveiro. Ele havia caído do bolso do coveiro que enterrara seu irmão e estava perdido ali na neve. Ela o pegou e escondeu em sua mala, que a acompanhou desde o início da sua vida na Rua Himmel, nº 33, onde vivia aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann,um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta.

Foi o primeiro dos vários que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.

A cada livro, alguns ganhos e achados, a maioria roubado, a roubadora de livros sentia uma necessidade cada vez maior de decifrar e devorar aquelas páginas, só pelo gosto de estar mais próxima das palavras e nelas encontrar conforto.

Na maioria dos roubos está acompanhada por Rudy Steiner, seu melhor amigo que desde que a conheceu se apaixonou por ela a quem ela amava também.
"Rudy, por favor - e as lágrimas se engalfinhavam com seu rosto. -Rudy, por favor, acorde, que diabo, acorde, eu amo você..." Rudy morrera.

A ladra de livros se movia entre um furto e outro com um peso muito grande nas costas, muitas coisas, muito sofrimento, e nada melhor que a inocência para livrá-la de definhar. de desistir de lutar, ela tinha uma razão: as palavras.

A certa altura a Morte diz o seguinte: "Os seres humanos me assombram". Se a morte diz isso, a coisa é realmente mais estranha do que parece, já que é ela que assombra e fazemos tudo para escapar dela; mas no dia em que ela nos encontrar face a face, perderemos.

A Menina que Roubava Livros é uma história fascinante, pois além de ser narrada pela Morte, é mostrada sob o ponto de vista de uma criança que aprendeu a sofrer e encontrar conforto nas palavras.

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