domingo, 29 de novembro de 2009

ANÁLISE CRÍTICA

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - JOSÉ SARAMAGO



Por: Benedita Ricarda da Silva Soares


Ensaio sobre a cegueira é uma reflexão sobre a natureza humana.

O texto aborda a irracionalidade do ser humano e nele são evidenciados os instintos mais primitivos na busca pela sobrevivência. As pessoas tornam-se animais com necessidades básicas, nada mais.
Diante do semáforo, vários motoristas esperam o sinal verde. Finalmente ele aparece, mas o carro que está à frente não sai do lugar. Depois de protestos e buzinadas, os motoristas saem de seus carros para ver o que está acontecendo. Surpreendem-se: o motorista daquele carro havia subitamente ficado cego.
Depois deste episódio todos vão ficando cegos. A cegueira branca se alastra formando um cenário de caos e horror.
Todos os contaminados são excluídos da sociedade.
Os valores caem por terra e as pessoas passam a praticar atos e crimes bárbaros.
Apenas uma pessoa é capaz de enxergar: a esposa do médico; porém, diante da responsabilidade de guiar os que não podem ver, além de presenciar cenas horríveis, a visão não lhe é privilégio e só ela tem a real dimensão da tragédia que se abateu sobre a cidade, o que a faz desejar a cegueira.
Um drama psicológico que pode ser desencadeado em qualquer lugar, sem um tempo determinado, com personagens sem nome, chega a ser inquietante, pois nos permite enxergar e temer a própria humanidade.
O leitor da obra é conduzido pelo narrador de forma intensa ao mundo da cegueira, para emergir dele com uma visão mais clara e ampla da realidade, ficando a mensagem que não se pode ficar indiferente ao semelhante.

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